2 de outubro de 2010

Palácio de Belém - 25 de Abril







O Palácio de Belém acolheu uma festa de arromba com entrada gratuita entre os dias 22 e 25 de Abril. Para celebrar os 36 anos da Democracia Portuguesa, contou com música, projecções, exposições e muitos cravos.

Ao palco subiu; Deolinda, Paulo de Carvalho, Ronda dos Quatro Caminhos, Cristina Branco, Rancho Folclórico de Fortios, Kátia Guerreiro, Orquestra Sinfonietta, entre outros.

Mas nem só de música se fizeram as celebrações. «A Festa da Flor» espalhou cravos de papel pelos jardins do Palácio da Presidência da República. O objectivo da iniciativa foi apresentar a flor da revolução, à luz da tradição artesanal de Campo Maior. Houve também projecções em grandes dimensões nas paredes do Museu da Presidência com cartazes, murais, fotografias e registos audiovisuais cedidos pelo Centro de Documentação 25 de Abril, da Universidade de Coimbra.

O Rancho Folclórico de Fortios teve a honra de subir ao palco no dia, 25 de Abril, pelas 15 horas.



1 de outubro de 2010

Momentos de Poesia... "Poeta é o Povo"



A poesia, ou gênero lírico, ou lírica é uma das sete artes tradicionais, pela qual a linguagem humana é utilizada com fins estéticos, ou seja, ela retrata algo que tudo pode acontecer dependendo da imaginação do autor como a do leitor. “Poesia”, segundo o modo de falar comum, quer dizer duas coisas. A arte, que a ensina, e a obra feita com a arte; a arte é a poesia, a obra poema, o poeta o artífice.
De seguida podemos apreciar algumas poesias feitas por poetas da “Aldeia dos Fortios,” todas estas poesias foram editadas na brochura “Festa na Aldeia,” anualmente editada pelo Rancho Folclórico de Fortios.



Um momento de poesia...
(José F. P. Chambel – “Feijão” / Festa na Aldeia - 2004)

I
Quando eu era criança
São tempos que já lá vão
Tive sempre a tendência
De ser produtor de pão

II
Em Janeiro fazia o alqueve
No mês de Maio o atalho
Em Setembro a revolta
Para não se acabar o trabalho

III
Era as voltas que a terra levava
Para haver boa produção
Semear o trigo e o centeio
Mas era quem era ganhão

IV
Também semeava aveia e cevada
Fazia parte da sementeira
Alguns anos não se colhia nada
Andava sempre com a mesma canseira

V
Em Março fazia-se a monda
Maio e Junho trabalham as ceifeiras
Em seguida faziam o acarreto
Levava-se o pão para as eiras

VI
Vinha a máquina da debulha
Para se levar o pão ao celeiro
Pois se desse boa funda
Dava para pagar ao moleiro

VII
No tempo de mocidade
Foram tempos bem passados
Pois eu tive a infelicidade
De andar atrás dos arados

VIII
Lavrei com bois e vacas
Não fui um mau ganhão
Andava com o colete às farrapas
Quando não ia varrer o chão

IX
Abalava na segunda-feira
Camisa lavada calças remendadas
Passava oito ou quinze dias
A dormir em cima de tábuas

X
Assim é que foi o meu passado
Enquanto a vida não mudou
Tanto mergulho tenho dado
E agora pouco melhor estou

XI
Amanhã é dia santo
Temos migas para o almoço
A trempe está ao canto
E a água está no poço



Outro ano já passou
(Joaquina Ribeiro / Festa na Aldeia - 2006)

I
Outro ano já passou
Quase sem me aperceber
Aqui está outra brochura
Vamos todos escrever.

II
P´ra escrever não tenho jeito
P´ra versos também não,
Mas com algum preceito
Será que sairão?

III
Uma... Duas... Três...
Mais letras vou juntar
Conseguirei alguma vez
As quadras fazer rimar?

IV
Do Rancho faço parte,
Com alguns anos, passados
Tenho amor a esta arte
De “Reviver os antepassados”.

V
Reviver os outros tempos,
Outros tempos que já lá vão
Desde filhos, pais e netos,
Passam de geração em geração.

VI
A todos quantos cá estão
No nosso Festival a bailar
Tenham uma boa actuação,
Depois um bom regressar.



Um agradecimento a Deus pela sua protecção divina a todos os residentes desta Freguesia de Fortios
(João Francisco Lacão / Festa na Aldeia – 2006)

I
No dia de Mártir Santo
Um desastre aconteceu
Na Freguesia de Fortios
Todo o Povo tremeu.

II
Todo o Povo tremeu.
Toda a gente chorava
Tudo chamava por Jesus,
Parecia que o mundo acabava.

III
Parecia que o mundo acabava,
Foi um grande terror,
Todos devíamos pôr os olhos
No poder do Senhor.

IV
No poder do Senhor,
A Deus não se esconde nada;
Ali quem nos valeu
Foi a Virgem imaculada.

V
Foi a Virgem imaculada,
Pelo seu santo poder,
Pois se Deus não fosse bom
Podíamos todos morrer.

VI
Podíamos todos morrer,
Duma morte bem triste,
Todos devíamos adorar
Nosso Senhor Jesus Cristo.

VII
Nosso Senhor Jesus Cristo,
Seu poder todo tem;
Perdoai as nossas culpas
Virgem Santa, Eterna Mãe.

VIII
Virgem Santa, Eterna Mãe,
Companheira do Senhor:
Acompanhai nossas almas
Quando a gente do mundo se for.

IX
Do Santíssimo Sacramento
Muito nos temos afastado,
E se o recebêssemos
Deus terá perdoado.

X
Ó Santíssimo Sacramento
Que lá estás nessas alturas,
Alumiai nossas almas,
Não nos deixeis às escuras.



Poema sobre Fortios
(Joaquim Carlos Santinho / Festa na Aldeia – 2006)

I
Freguesia de Fortios
Povoação bastante alegre
É de todas a mais bonita
No concelho de Portalegre

II
Situada a sete quilómetros
Da capital do Distrito
Tem locais encantadores
Que trazem muita gente para o sítio

III
Terra de lindas vivendas
Que acolhem os naturais
Mesmo com pessoas de fora
Aqui somos todos iguais.

IV
Vivendo o seu dia a dia
Gente humilde e hospedeira
Enfrentam o bem e o mal
Resolvendo-os da melhor maneira.

V
Aldeia em grande expansão
Tem crescido nos últimos anos
É para seu desenvolvimento
Que nós todos trabalhamos

VI
Habitantes e forasteiros
São tratados com cortesia
Todos podem contar com o apoio
Da Junta de Freguesia.



Reviver o passado no palco
(Catarina Lacão / Festa na Aldeia – 2007)

I
Numa tarde soalheira
Fiquei cheia de arrepios
Ao ver quem se aproximava
Era o Rancho dos Fortios

II
Entram os mais pequenos
Lembrando os tempos antigos
Os meninos de calça remendada
As meninas de bibes compridos

III
Trazendo o estandarte
Um lavrador aprumado
E p'ra sua companhia
Vem a coca a seu lado

IV
De seguida a tocata
E também os cantadores
Uns com trajes domingueiros
Outros de trabalhadores

V
Não esquecer os dançarinos
E também os figurantes
Cada um tem seu valor
Todos eles são importantes

VI
Na casinha nos juntamos
Em dias de frio ou calor
Eu não podia esquecer
O nosso ensaiador

VII
Sem esquecer a direcção
Que também é de louvar
Agradecemos com gratidão
A sua maneira de trabalhar