23 de abril de 2009

19º Festival Internacional de Folclore de Bosra - Síria

De 19 a 26 de Agosto de 2007, o Rancho Folclórico de Fortios participou na Síria, no 19º Festival Internacional de Folclore de Bosra. Esta participação foi o resultado dos contactos havidos com elementos do Ministério da Cultura Sírios, responsáveis pela organização daquele Festival, e o CIOFF – Conseil Internatinal des Organisations e Festivals de Folklore et d’Arts traditionnels quando há 3 anos o Rancho Folclórico de Fortios actuou no Egipto. O Festival desenrolou-se em cinco cidades: Damasco, Allepo, Lattakia. Homs e BOSRA que lhe dá o nome.

O Rancho Folclórico de Fortios, partiu em direcção ao aeroporto de Madrid, no dia 19 de Agosto de 2007, pelas 01.00 horas, em autocarro da empresa Autocares Rabazo, S.L.
De seguida, via aérea, seguiu rumo a Damasco.


Transportado de novo em autocarro, seguiu até Latakia, uma cidade costeira ao norte do País, onde ficou instalado no Hotel Zenobia até ao dia 22 do referido mês de Agosto. No dia 21, em Latakia, no Teatro Central, ocorreu a primeira actuação do Rancho Folclórico de Fortios numa bonita sala de espectáculos, com um grupo da Bósnia.

O programa da nossa estadia foi criteriosamente organizado pelo representante do Ministério da Cultura, pondo ao nosso dispor, desde o primeiro ao último dia um autocarro e um guia. Assim, visitámos o castelo de Saladino, junto à fronteira com a Turquia, a cidade de Ugarit - actual Rãs-Shamrauada, onde, há cerca de 7000 anos os Fenícios inventaram o alfabeto; e a cidade de Tartus o principal porto de saída do petróleo extraído na Síria ou vindo do Iraque.

A caminho de Damasco, visitámos o CRAK de Chevalliers/Cruzados, um assombroso castelo, construído no cimo da cratera de um vulcão extinto. A engenharia da sua construção, a sua grandeza (albergava 2000 combatentes e 250 cavalos durante um ano sem precisarem de reabastecimento) e a localização tornava-o inexpugnável.

De 22 a 26 o Rancho Folclórico de Fortios ficou instalado num hotel de 4 estrelas – Hotel Damascus - no centro de Damasco o que nos permitiu uma série de visitas aos pontos de maior interesse histórico e cultural da cidade.

No dia 23 visitámos o Museu Nacional, a Mesquita - uma das cinco maiores mesquitas do mundo muçulmano (Jerusalém, Cairo, Córdova e Santa Sofia/Contantinopla), a casa de Ananias que acolheu S. Paulo que ia a Damasco para prender os seguidores de J Cristo e, pelo caminho foi por Ele interpelado: "Saulo, Saulo, porque me persegues?" E ainda fomos à igrejinha, incrustada na muralha sul, onde S. Paulo foi descido numa cesta para fugir da ira dos judeus.

O dia 24 foi todo dedicado a Borsa, ao sul, já próximo da Jordânia; é Património da Humanidade, pela riqueza do seu conjunto histórico, sobressaindo o anfiteatro romano em perfeito estado de conservação, quase intacto. Isto deve-se ao facto de estar todo coberto de areia e só há 70 anos ter sido descoberto. Com lotação para 12000 pessoas, estava cheio, quando, à noite abrimos o espectáculo – 19º Festival Internacional de Folclore da cidade de Bosra. A seguir, actuou um conjunto musical que executou algumas peças e acompanhou vários grupos de cantares e danças.


Uma nota muito agradável: a total entrega da assistência, provocando a simbiose entre artistas e assistentes, sinal do valor e compreensão de uns e outros. Um espectáculo que nos encheu os olhos e todos guardam como recordação inesquecível.

No último dia, 25, e não sendo possível ir a Palmyra um oásis, a 300 Kms de Damasco, lugar de incalculável valor histórico e arqueológico, fomos visitar a cidade de Maalulla. Esta e a cidade de Khabab, a sul, são as únicas cidades da Síria, onde a população é, predominantemente, cristã. Na Síria, a população é 90% muçulmana. No caso de Maalulla, esta característica cristã é atribuída à acção de dois mosteiros: o de Santa Tecla e de Mar Musa.

E foi o regresso, de 25 para 26 de Agosto, agora em sentido inverso: Damasco, Madrid, Fortios (de autocarro). Quase 24 horas de viagem. Eram 18 horas em ponto em ponto, quando chegámos a casa. Cansados? Certamente. Mas muito felizes, pelo passeio, pelo enriquecimento cultural, pelo desempenho artístico e por aquilo que o futuro ainda pode trazer...

Sem comentários:

Enviar um comentário